Entrevista com Guilherme Pessoa, CEO e cofundador da Dattos
Conheça um pouco mais da fintech que tem auxiliado grandes empresas na automatização da consolidação de seus dados financeiros
Na edição #28 de nossa newsletter, damos um zoom em nosso portfólio e trazemos uma breve entrevista com Guilherme Pessoa, CEO e fundador da Dattos. Uma oportunidade para que conheçam um pouco mais sobre a empresa que nasceu para automatizar e simplificar a consolidação de dados financeiros e que hoje tem entre seus clientes empresas do porte de Nubank, BTG Pactual, Bunge e Colgate Palmolive. A cada mês, são mais de 12 bilhões de dados processados. Ao longo da conversa, Pessoa conta um pouco mais da jornada de sua companhia, de como sua solução tem gerado valor para seus clientes e, ainda, como a inteligência artificial tem sido incorporada ao negócio.
A Dattos surgiu para sanar qual dor do mercado?
Com o crescimento do volume de dados dentro das empresas, notamos que elas começaram a buscar controles paralelos em sistemas satélites, seja em planilhas ou mesmo buscando customizações para realizarem suas entregas. A Dattos nasceu para organizar tudo isso. Estávamos dentro de um banco (BNY Mellow), que viu crescer sua demanda por análises de natureza financeira e, consequentemente, pela automação de diversas rotinas a elas relacionadas. E isso nas mais diversas áreas: contábil, fiscal, backoffice, entre outras. Vivíamos fazendo controles paralelos, que não tinham a robustez necessária. Era uma dor que tínhamos e foi assim que a Dattos começou a ganhar forma. Resumidamente, podemos dizer que a Dattos é uma empresa especializada na automação de processos de tratamento e conciliação de dados das mais diversas naturezas.
Qual a proposta de valor da sua solução?
São algumas propostas de valor decorrentes da automação desse processo. Uma vez implementado o sistema da Dattos, o cliente é beneficiado, principalmente, por começar a confiar nos números. Com a nossa plataforma, as informações que ele normalmente busca deixam de ser passíveis de fraudes ou erros humanos, que são relativamente comuns em meio a esses processos. Ajudamos muito nesse processamento e, com isso, diminuímos tanto os custos quanto os riscos operacionais.
Além disso, fazemos uma entrega de qualidade muito legal para o próprio financista – principalmente para um analista mais operacional, cujo trabalho está cada vez mais viciado por conta da inteligência artificial e de outras novidades em tecnologia. A Dattos então se propõe a entregar a tecnologia para que ele se torne, cada vez mais, um profissional mais estratégico. Nesse contexto, há uma percepção de valor por parte desse financista.
E como essa entrega é, de fato, mensurada?
Principalmente pela medida hora-homem. Em geral, nossos clientes têm um custo grande para a manutenção de vários profissionais que, normalmente, fazem esses processamentos no dia a dia de forma manual. Tiramos essa medida e fazemos uma projeção do quanto conseguiríamos reduzir com nossas automatizações ali na ponta. Via de regra, em uma equipe com 5, 10 pessoas, são infinitas horas dedicadas à execução de processos repetitivos. A partir do instante que essas automatizações são colocadas em prática e há ganho de eficiência, esses profissionais se tornam mais estratégicos e começam a fazer atividades que eles não conseguiam antes. Então, é muito hora-homem versus produtividade.
Quantos clientes atende hoje? Quais os principais? Há uma percepção de valor maior para alguma indústria específica?
São cerca de 110 clientes ativos e, entre os principais, estão Nubank, BTG Pactual, Bunge e Colgate Palmolive. São grandes empresas, tanto nacionais como multinacionais. Atuamos em várias frentes: indústrias, comércios, qualquer vertical. Nosso produto é bem horizontal.
Ainda assim, é evidente um fit maior com o mercado financeiro. Em geral, as instituições financeiras lidam mais com números e dados, bem como com processos mais rígidos e repetitivos. E isso, em diversas áreas internas. Se na indústria atendemos as áreas contábil e tesouraria, num banco, conseguimos atuar e entregar resultados nas áreas de backoffice, custódia, entre outras outras áreas. Por essas e outras razões costumamos ter maior aderência junto a bancos, corretoras, seguradoras e fintechs.
E como definiria o perfil do seu cliente ideal (ICP)?
São dois ICPs principais. O primeiro deles, clientes com faturamento anual acima de R$ 200 milhões. Em geral, é nesse instante que as empresas deixam de terceirizar serviços de backoffice e começam a estruturar uma área financeira mais robusta, com contabilidade e área fiscal próprias. Com mais de cinco colaboradores dedicados, podemos notar uma redundância de processos entre eles e o volume de informações geradas se torna mais difícil de ser tratado internamento e escalado.
Outro ICP bastante claro são as empresas do segmento financeiro pelos pontos colocados anteriormente. Nesse caso, atendemos e geramos valor independentemente da estrutura que têm, de fintechs ao large enterprise.
Para finalizar, como está seu roadmap? Para onde caminha a sua solução nos próximos anos?
O nosso planejamento é crescer bastante agora com a inteligência artificial no empoderamento do financista, dando fim a atividades repetitivas. Lançamos um novo módulo de IA há alguns meses, aliado a uma galeria de processos pré-configurados, e a aderência tem sido muito bacana. Com ele, o financista não precisa mais utilizar fórmulas, basta usar linguagem natural para a criação de um prompt. A plataforma então retorna com as análises solicitadas.
Em breve lançaremos um módulo que estamos chamando de preparação autônoma. Com ela, será possível jogar os dados brutos e fazer uso de linguagem natural para dizer o que quer, gerar relatórios, sejam eles contábeis, cadastrais, financeiros. Todos os cálculos são realizados automaticamente, sem a necessidade da manipulação dos dados e com a proteção dessas informações, uma vez que usamos uma cloud privada.
Aqui é importante destacar que cerca de 60% do tempo dos financistas é gasto com a preparação dos dados. São dados de mercado que nos ajudam a mensurar nossa entrega. Com o que temos implementado, esse trabalho manual é reduzido em cerca de 50%, liberando esses profissionais a tocarem coisas mais importantes para a empresa.
Hoje a gente processa mais de 12 bilhões de dados por mês aqui na plataforma e, com essas implementações todas e ganho de escala, queremos chegar até o final do ano à marca de 20 bilhões de registros ao mês.
Se interessou pelo trabalho da Dattos? Quer saber como ela pode ajudar a sua empresa? Contate o Guilherme Pessoa diretamente.